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A segunda reunião do Comitê de Desenvolvimento Urbano (CDU) em 2025 está confirmada para a próxima quinta-feira, 26 de junho, das 12h30 às 14h30, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo (Rua Dr. Bacelar, 1.043, Vila Clementino). É a principal notícia do AELO ON n.º 1.042, que, por causa do feriado de amanhã, chega aos leitores nesta quarta-feira.
Mais uma vez, o encontro do CDU será híbrido. Os associados da AELO já receberam convite por e-mail, com os links para as duas opções de inscrição: presencial ou on-line.
O CDU, que é integrado pela AELO, Secovi-SP e SindusCon-SP, está completando 25 anos: Jubileu de Prata do principal grupo de debates sobre problemas e soluções da atividade de parcelamento do solo.
O coordenador do CDU, Caio Portugal, também presidente da AELO e vice-presidente do Secovi-SP, fechou a para a reunião, que terá os seguintes temas:
1. ABERTURA – ASSUNTOS INSTITUCIONAIS DA AELO E DO SECOVI-SP
Caio Portugal, presidente da AELO e vice-presidente do Secovi-SP
2. REFORMA TRIBUTÁRIA – EXPLICAÇÕES SOBRE A CARTILHA
LANÇADA EM 21 DE MAIO
Caio Portugal
3. SABESP / ARSESP
Caio Portugal
4. GT INFRAESTRUTURA VERDE
Arquiteta Ruth Portugal, membro do Conselho Fiscal da AELO e coordenadora de GTs da AELO, Secovi-SP e SindusCon-SP
5. GRAPROHAB / CETESB
Engenheiro civil Jonas Mattos, representante AELO e do Secovi-SP nas reuniões do Graprohab
6. PESQUISA DE MERCADO: LOTEAMENTOS NO 1.º TRIMESTRE DE 2025 E COMPARAÇÕES
Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain – Inteligência Corporativa
7. CURSOS DE LOTEAMENTOS UNISECOVI 2025
Mariangela Machado, gestora da AELO e coordenadora do Programa de Cursos de Loteamentos
8. BIOSSPLENA – ABORDAGEM REGENERATIVA: ESTRATÉGIA PARA IMOBILIÁRIOS
Giovana Ulian, CEO da Biossplena
Link de inscrição on-line:
Link de inscrição presencial:
https://v6.secovi.com.br/eventos/institucionais/inscricao/58730
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou, na noite de 11 de junho, um novo decreto que recalibra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e uma medida provisória (MP) com propostas de arrecadação para compensar os recuos em relação ao decreto anterior – rechaçado pelo Congresso e pelo setor privado.
O decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), confirmou mudanças no IOF sobre empresas, risco sacado e previdência privada. Já a MP, encaminhada ao Congresso Nacional, estabelece alíquota de 17,5% para aplicações financeiras, a tributação de 5% para investimentos até então isentos, como letras de crédito, e o aumento da taxação sobre as plataformas de apostas online, as bets.
Na quinta-feira, dia 12, o presidente da Câmara de Deputados, Hugo Motta (foto), informou, em seu perfil no X, que o colégio de líderes da Casa decidiu pautar a urgência do projeto de decreto legislativo que susta efeitos do decreto do governo que trata do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Na sexta-feira, dia 13, Motta foi além: pautou para segunda-feira, dia 16, o pedido de urgência do projeto contra o decreto do governo e disse contar
com os necessários para derrubar o IOF.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), esteve em audiência pública conjunta na Câmara, dia 11, explicou os planos do governo e teve conflitos com deputados da oposição.
O novo pacote de medidas foi apresentado aos líderes partidários da base do governo no domingo, dia 8, após o Congresso ameaçar derrubar os efeitos do decreto anterior.
O experiente jornalista de economia Celso Ming resumiu em sua coluna no “Estadão”, dia 12: Tudo se passa como se a questão fiscal tivesse de piorar muito para, só então, começar a melhorar – ou melhor, tivesse de piorar muito para que governo e o Congresso acabem por concluir que é preciso ir bem mais fundo do que neste momento estão dispostos a ir. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia avisado que o problema é estrutural. E, nisso, mostrou que avançou no diagnóstico. Até agora, parte do governo Lula atribuía todos os descalabros fiscais às ‘heranças malditas’. Se o problema é estrutural, exige soluções estruturais, e não remendos em cima de remendos. No entanto, o ministro voltou com o remendo de sempre: o aumento da carga tributária. Até agora, não propôs nenhum corte significativo de despesas, que é o que atravanca tudo. As renúncias tributárias, pelos cálculos do governo, alcançam neste ano a bagatela de R$ 544 bilhões – 4,4% do PIB. Sobre o corte dessas renúncias, ‘necas de pitibiriba’, para ficar com uma antiga expressão erudita”.
No “Estadão” de sexta-feira, dia 13, Celso Ming comentou: “Os atritos políticos ao redor do pacote fiscal vêm crescendo há dias e prometem ainda mais acirramento, dada a forte oposição do Congresso às medidas adotadas pelo ministro Fernando Haddad.
Até agora, o governo Lula se recusou a passar o facão nas despesas públicas porque teme perder voto popular. E é um comportamento que se repete. Se tiver, por exemplo, de rever o critério de correção do salário mínimo, que atualmente leva em conta a inflação do ano anterior e o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, para cortar despesas com aposentadorias e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o presidente Lula imagina que enfrentaria reação negativa dos mais de 40 milhões de beneficiários do INSS e dos 5,7 milhões do BPC... E, na economia brasileira, há as incertezas provenientes do agravamento das contas públicas e da dívida, da inflação que roda acima do teto da meta e dos juros que têm de permanecer lá em cima por muito tempo.
A esse cenário de incertezas, somam-se as novas incertezas causadas pela perda de força política do governo Lula”.
Pedro Krähenbühl – na foto, ao lado de seu pai, Lair Krähenbühl, em evento em 21 de maio, em São Paulo – consultor Jurídico e Legislativo da AELO e do Secovi-SP em Brasília, enviou ao presidente da AELO, Caio Portugal, em 11 de junho, logo após o anúncio das medidas do governo, um resumo didático da MP n.º 1.303 mais o Decreto n.º 12.499/2025.
O AELO ON reproduz, a seguir, as informações do Dr. Pedro.
Resumo da MP n.º 1.303 mais o Decreto n.º 12.499/2025
(Publicado em 11 de junho)
📌 1. Forfait / risco sacado
Acaba a alíquota fixa de 0,95%
Agora: 0,0082% ao dia (prazo da operação)
Isento dos 0,38% adicionais
📌 2. Seguro VGBL (sobrevivência)
Até R$300 mil em 2025 (por seguradora): isento
Até R$600 mil/ano (a partir de 2026): isento
Excedente: 5% de IOF
Empresas que pagam aos empregados: continuam isentas
📌 3. Câmbio
Nova regra: 3,5% padrão
Exceto remessa para investimento → 1,1%
Entrada de capital para participação societária → alíquota zero
📌 4. Fundos FIDC
IOF de 0,38% nas subscrições primárias
Isento para cotas até 13/jun/25 e mercado secundário
📌 5. Crédito Simples/MEI
Empréstimos até R$30 mil → IOF diário cai para 0,00274%
📌 6. Novo IR PF sobre aplicações financeiras
Alíquota única: 17,5%
Fim da tabela regressiva
Compensação de perdas permitida (até 5 anos)
📌 7. Ativos virtuais (ex: cripto)
IR de 17,5% para PF
Não pode compensar perdas com outras aplicações
📌 8. Títulos antes isentos (LCI, LCA, CRA, etc.)
Novas emissões: IR de 5%
Emissões até 31/dez/25 continuam isentas
📌 9. Fundos (FII e Fiagro)
IR de 17,5% sobre rendimentos
Pode cair p/ 5% se ≥100 cotistas + cotas listadas
Alienação de cotas: segue regra de ganho de capital
📌 10. Investidor estrangeiro
Regra geral: IR de 17,5%, sem compensação
Em ações listadas em bolsa → isento, se não for paraíso fiscal
Uma Nota Técnica de entidades do setor imobiliário e da construção, entre as quais a AELO, que avalia os impactos econômicos e sociais da proposta de tributação do Imposto de Renda sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e debêntures, foi entregue a parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado e ao ministro da Fazenda, dia 10, em Brasília.
No dia seguinte, houve avanço na meta do governo federal de compensar o déficit das contas por meio de aumento de impostos e não do corte de gastos do Poder Executivo: o presidente da República editou Medida Provisória (MP) que eleva impostos, apesar da rejeição do Congresso Nacional e do setor privado. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, avisou que medidas para aumentar a arrecadação provocaram “reação muito ruim”, antecipando embates no Congresso para a votação do pacote. A oposição e o Centrão já dizem ser contra.
O documento levado pelas entidades do setor imobiliário e da construção à Câmara de Deputados, ao Senado e ao governo é assinado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), pela AELO e por três outras entidades: Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
Os presidentes da CBIC, Renato Correia, e da Abrainc, Luiz França, estiveram no Congresso Nacional, acompanhados do consultor Jurídico e Legislativo do Secovi-SP e da AELO, Pedro Krähenbühl; do vice-presidente da Abrainc, Cícero Araújo, e do coordenador de Relações Institucionais da CBIC, Luís Henrique Cidade.
As entidades demonstram preocupação com os efeitos negativos da medida para o financiamento habitacional, o acesso à moradia e a geração de emprego e renda no País.
Segundo a Nota Técnica, a alíquota proposta de 5% sobre as LCIs pode elevar a taxa de financiamento habitacional em até 0,7 ponto porcentual, impactando diretamente o valor das parcelas e reduzindo a base de famílias elegíveis para o crédito.
“Estamos falando de um setor que responde por 13% dos empregos formais no Brasil e que movimenta 97 atividades econômicas”, destacou Renato Correia. “Qualquer medida que restrinja o acesso ao crédito habitacional ameaça a capacidade de compra da população e a arrecadação pública, já que o setor representa 9% da arrecadação de impostos no país”.
Renato Correia também ressaltou a importância de manter as condições de financiamento acessíveis para garantir a continuidade do crescimento do setor e do País. “Não podemos permitir que o financiamento habitacional se torne ainda mais caro e restrito, pois isso vai na contramão do que o Brasil precisa”, disse ele. “A moradia é um direito básico, e a construção civil é fundamental para gerar emprego e renda para milhões de brasileiros”.
Entre os principais dados apresentados, a Nota Técnica alerta para o aumento expressivo de 43% no valor das parcelas de financiamento desde 2021 e para a exclusão de 816 mil famílias da elegibilidade para o crédito imobiliário. O documento também destaca que o estoque das LCIs cresceu 200% desde 2021, atingindo R$ 427 bilhões, reforçando sua importância no financiamento habitacional num cenário de forte saída de recursos da poupança SBPE.
As entidades defendem a manutenção da isenção fiscal das LCIs como instrumento essencial para ampliar o crédito, facilitar o acesso à moradia e manter o dinamismo econômico.
Na foto, a comitiva das entidades entrega cópia da Nota Técnica ao deputado federal Arnaldo Jardim, na Câmara.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC), Renato Correia (foto), voltou a defender a busca por outras soluções para o déficit fiscal que não o aumento da carga tributária sobre o setor produtivo. Essa posição foi demonstrada por Correia, dia 11, num painel do 2.º Brasília Summit, evento realizado pelo Grupo LIDE em parceria com o jornal “Correio Braziliense”, em Brasília. O dirigente afirmou esperar um desfecho positivo para o diálogo aberto pela entidade com o governo federal e o Congresso Nacional.
"Estivemos com o ministro Fernando Haddad, ontem”, disse Correia. “A gente conversa com todos os governos, porque nós temos que cumprir essa missão que é colocar habitação de qualidade para o povo, colocar infraestrutura para que a gente possa entregar tudo que tem para entregar, precisa de infraestrutura e a construção civil é o caminho para isso.”
Renato Correia, conforme nota anterior deste AELO ON, esteve não só com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como também com parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
A CBIC vocaliza preocupação do setor com o impacto do pacote fiscal enviado pelo governo ao Legislativo prevendo, entre outras medidas, a tributação de 5% sobre a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), instrumento essencial para o financiamento do mercado imobiliário. O presidente da entidade foi enfático ao apontar que, se for aprovada, a medida desestimulará o investimento e, consequentemente, levará à redução da oferta de moradia no País.
“Nos últimos 20 anos, houve um trabalho significativo na habitação e na infraestrutura. O Brasil mudou de patamar”, contextualizou o presidente da CBIC. “Nós precisamos manter a atividade no ritmo para que possamos suprir a demanda brasileira”. Correia frisou que o déficit habitacional brasileiro é desafiador, com cerca de 7 milhões de unidades. “Estamos muito distantes de ofertar habitação da forma que a população precisa. Nós temos que aumentar a produção para enfrentar o déficit habitacional”.
Para a CBIC, a tributação das LCIs vai encarecer o crédito habitacional tanto para a produção quanto para a aquisição, tendo como resultado não apenas a redução da oferta como maior dificuldade para o comprador conquistar a casa própria. “Zerar o déficit exige quase R$ 1 trilhão em investimentos”, disse Correia, mencionando dado de estudo produzido pela CBIC.
O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) também participou do evento do LIDE e disse que foi “muito ruim” a reação dos parlamentares às medidas do governo.
Motta afirmou que não está no cargo para “servir a projeto político de ninguém” e que vai continuar cobrando o governo por uma proposta com medidas de cortes de gastos como um “dever de casa fiscal”. E, nos últimos dias, ele tem confirmado essa posição.
O Enacon Secovi-SP 2025, realizado de 9 a 11 de junho, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, foi um sucesso. O maior encontro nacional de administradoras de condomínios, organizado pelo Secovi-SP, bateu recorde de público e uniu inovação, conteúdo técnico e integração entre os principais agentes do mercado.
Na abertura do evento, dia 9, com o auditório lotado, a vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, Moira Toledo (foto), celebrou a presença de participantes de 14 Estados e de mais de 40 entidades de classe. “Estamos com um recorde de público, com mais de 865 inscritos para os três dias. Este evento representa a força da união do nosso setor e o esforço conjunto para entregar soluções mais eficientes à sociedade”, afirmou. Ela reforçou ainda que o Enacon se consolida como um espaço de construção coletiva e visão estratégica para o futuro das cidades.
O presidente executivo CEO do Secovi-SP, Ely Wertheim (foto), destacou, na abertura do Enacon, o papel fundamental das administradoras de condomínios. “Viver em condomínio é um ato civilizatório. Lidar com pessoas, expectativas e conflitos exige preparo e constante atualização”, disse ele. “O Enacon existe justamente para isso: apoiar e fortalecer quem atua na linha de frente da vida condominial”.
Ely Wertheim fez menção especial ao idealizador do Enacon, Hubert Gebara, que foi vice-presidente do Secovi-SP. Ao chegar à 21.ª edição, esse evento conserva a essência lançada por Gebara.
A professora Mariangela Machado e a arquiteta Ruth Portugal participaram de dois movimentados podcasts no Enacon: o primeiro, dia 9, foi sobre Desenvolvimento Urbano e Humano – condomínios, loteamentos, bairros planejados e centralidades; o segundo, dia 10, sobre Regeneração urbana e o papel dos condomínios e associações.
O engenheiro Claudio Bernardes, vice-presidente do Secovi-SP e membro do Conselho Consultivo da AELO, também compartilhou experiências num dos potcasts do Enacon.
O jornal “Estadão” publicou, na edição de 1.º de junho, reportagem de capa do Caderno de Economia & Negócios, que teve esta manchete: “País precisa de R$ 500 bilhões para cumprir meta de saneamento”.
O autor do texto é o repórter Carlos Eduardo Valim, que tem experiência em coberturas sobre esse tema frequentemente focalizado no boletim AELO ON.
Este é o texto de Valim:
Desde a aprovação do novo marco legal do saneamento, em 2020, o Brasil entrou em um novo patamar de investimentos no setor, impulsionado pela maior participação da iniciativa privada. A expectativa é de que os aportes se intensifiquem nos próximos anos. Ainda assim, alcançar a meta de universalização do saneamento básico até 2033 continuará sendo um grande desafio.
Uma pesquisa da consultoria alemã Roland Berger, divulgada com exclusividade pelo “Estadão”, mostra que, em 2022, o investimento no setor no Brasil, ficou em R$ 23 bilhões. No entanto, o País precisa do dobro desse montante para atingir o objetivo de 99% da população com acesso a água e 90% com rede de esgoto, até 2033.
Segundo o estudo, o Brasil precisará de R$ 550 bilhões de investimentos para cumprir essas metas. Tal número se aproxima de outras estimativas conhecidas, como os R$ 507 bilhões do Ministério do Desenvolvimento Regional e R$ 509 bilhões do Instituto Trata Brasil.
Enquanto, no mundo, 57% da população tem acesso a saneamento básico de água e esgoto, no Brasil, esse índice fica abaixo, em 50%. Os números apontam para 33 milhões de pessoas sem acesso a água e 80 milhões, sem esgoto.
O britânico Geoff Gage, sócio sênior e líder global da prática do setor de água da Roland Berger, afirma: “É necessário um grande volume de recursos para implementar infraestrutura em larga escala. O desafio está em atrair investimentos, garantir retornos atrativos para os investidores e assegurar que a população tenha um serviço de qualidade e tarifas justas pelo que paga”. Gage esteve no Brasil para apresentar o estudo e se encontrar com representantes de grandes empresas do setor, investidores e especialistas.
Esta foto tirada por Taba Benedicto, da equipe de fotógrafos do jornal “Estadão”, mostra as obras da Estação de Tratamento de Esgoto Parque Novo Mundo, da Sabesp, em São Paulo.
A busca é por um equilíbrio delicado entre eficiência e investimento. A boa notícia é que o ciclo de privatizações de estatais e concessões que vêm pela frente vai estimular o aumento dos investimentos. Em 2025, um conjunto de 24 projetos deve gerar R$ 75 bilhões de investimentos. Em 2033, serão 43 projetos, que devem movimentar R$ 105 bilhões.
Geoff Gage explica: “Em lugares como o Oriente Médio e o Brasil, há uma mudança massiva acontecendo no setor hídrico. Nessas regiões, nosso trabalho da Roland Berger é mais focado em apoiar essas mudanças. Em mercados mais maduros, como os EUA, tendemos a focar mais em transações e na aquisição de empresas”.
Enquanto o Brasil ainda começa o seu processo de privatização do setor, em alguns países, como o Reino Unido, que foi pioneiro nesse processo na década de 1980 – promovido pela primeira-ministra Margaret Thatcher –, a discussão é oposta.
Após anos de investimentos e melhorias no setor no Reino Unido, os ganhos potenciais para as empresas se tornaram menores, e os estímulos para que a iniciativa privada continue investindo são cada vez mais limitados. Cage relata: “Há um desalinhamento entre as expectativas dos investidores por retornos atrativos e as exigências dos reguladores em manter tarifas acessíveis e cumprir regras ambientais”.
Segundo Geoff Cage, é preciso haver um equilíbrio para manter o setor atraente, para que o investidor possa ter um retorno justo em comparação com o risco ou frente à opção de deixar o dinheiro nos bancos. O retorno não pode ser atraente demais, mas também não pode ser nada atraente.
Em outros países, como os Estados Unidos, o desafio está em renovar a infraestrutura, em especial, de tubulação, o que pode exigir até US$ 1 trilhão.
Gage, no entanto, não acredita que o Brasil esteja muito atrasado no processo de privatização, já que poucos países, com exceção do Chile e da maioria da Europa Ocidental, fizeram amplas privatizações no setor. “Nos EUA, 10% da água é de gestão privada e 90% ainda é pública”, diz o consultor. O que diferencia o Brasil é a necessidade de recursos privados para atingir a universalização, algo que a iniciativa pública não conseguiu cumprir em décadas.
No Estado de São Paulo, no entanto, ocorreu em 2024 a privatização da maior empresa de saneamento do País, a Sabesp, cujos responsáveis admitem até a antecipação da universalização dos serviços, de 2033 para 2029.
Carlos Eduardo Valim, repórter do “Estadão, publicou em 1.º de junho matéria complementar sobre o tema universalização do saneamento. Título: “Leilão no Pará, sede da COP-30, serve para medir interesse do investidor”. No texto, reproduzido a seguir pelo AELO ON, Valim explica que a Aegea arrematou três dos quatro blocos auferidos; um deles, que atende 27 municípios paraenses, não recebeu ofertas.
Esta é a reportagem:
Neste ano, um acontecimento que serviu como termômetro para medir o interesse dos investidores para o setor no Brasil ocorreu em abril, com o leilão para concessão do serviço de água e esgoto de 98 municípios do Pará, Estado que se prepara para receber a COP-30. A licitação ocorreu num momento turbulento para investimentos globais, com as discussões sobre tarifas implementadas pelo presidente americano Donald Trump para o restante do mundo.
A Aegea arrematou três dos quatro blocos ofertados e deve investir R$ 15,2 bilhões para promover a universalização dos serviços no Pará. O quarto bloco, que tratava de 27 municípios, não recebeu ofertas de nenhuma empresa.
Concessões
Pela frente, haverá o leilão de esgotos da Cesan, para atender mais de 40 cidades do Espírito Santo. A disputa está prevista para ocorrer em junho, na Bolsa de Valores de São Paulo. E, no segundo semestre, o grande destaque estará no certame para assumir os serviços da Compesa, a estatal de Pernambuco.
Segundo a empresa britânica de consultoria Roland Berger, existiam, no começo deste ano,159 projetos em planejamento no País, sendo que a maioria deles estava em fase de modelagem. Ao todo, 75 já iniciaram a modelagem e 35 acabaram de fechar esta fase. Outros 38 projetos estão em fases mais avançadas, como de consulta pública e de preparação para licitação, casos das concessões do Pará, Espírito Santo e Pernambuco.
Apenas nove estão em fase inicial, de anúncio público de intenções. A partir desse momento, o País demora em média entre cinco e sete anos para levar um projeto para licitação, segundo a consultoria.
Desafios
Os desafios para o Brasil atrair investidores globais envolvem a questão da segurança jurídica dos contratos, de que eles não serão alterados em médio e longo prazo, contando com um plano de décadas, mas também uma certa falta de conhecimento mundial sobre o tamanho dos projetos que estão sendo privatizados no País.
O francês Georges Almeida, sócio e líder da prática de infraestrutura da Roland Berger no Brasil, explica: “Mesmo entre investidores internacionais especializados no setor, não há um grande nível de conhecimento sobre os leilões brasileiros, algo que pode ser resolvido com mais marketing e roadshows por parte do poder concessionário”.
Almeida relata: “Os investidores, em especial, os europeus, ficam surpresos com a necessidade de investimentos daqui. Existe uma falta de comunicação e divulgação do que acontece aqui. Não podemos esquecer que o Brasil é um país periférico e compete com outras regiões para atrair investimentos. Não me lembro de algum lugar no mundo onde investimentos tão significativos e importantes foram feitos no setor de água”.
Georges Almeida observa avanços: “Em termos de progresso, após cinco anos desse novo marco, já estamos vendo resultados. Por exemplo, se você olhar para a distribuição de água no Estado do Rio de Janeiro há 10 anos e comparar com hoje, houve um progresso enorme. Agora você pode ir às praias do Flamengo ou Botafogo e ver água limpa, algo que era impossível há uma década. Então, quando os investimentos são feitos, eles podem ter um impacto significativo”.
Almeida também destaca o fato de a “revolução silenciosa”, que está em marcha no setor, ter começado a partir das privatizações da Cedae, no Rio de Janeiro, e dos serviços de Maceió, e que muito foi aprendido com as concessões de rodovias na década anterior: “Existe uma mudança de patamar nos investimentos, e uma sofisticação nas empresas. O setor privado representava 15% dos serviços em 2014 e, em 2024, já foi para 42%. Com os leilões deste ano, ele superará metade do setor”.
O consultor, no entanto, ressalta que o tamanho do desafio pela frente é imenso e falta muito para se atingir a meta “superambiciosa” de 2033. Por isso, é importante compatibilizar “os objetivos com a realidade”, já que mesmo para o caso do Pará é mais provável que a universalização seja atingida apenas em 2039.
“O custo de capital no Brasil pode assustar investidores potenciais, e a escala do que precisa ser feito é assustadora. Mas estamos vendo resultados após cinco anos, e isso é importante destacar”, diz Almeida. “Esse é o grande desafio da universalização: preencher uma lacuna entre as regiões mais pobres, menos interessantes para os investidores e as regiões mais ricas.”
Isso é especialmente relevante nas condições locais. “O Brasil é um país incrível, mas é um país de extremos, tanto em termos de riqueza quanto de densidade populacional”, afirma o especialista. Ele cita também destaca que o Brasil é único em outros aspectos, especialmente com a ex-estatal Sabesp, de São Paulo, que é o maior sistema municipal de água do mundo: “Os Estados Unidos, por exemplo, têm um sistema muito fragmentado, com muitas operações pequenas, mas o modelo da Sabesp é único no mundo”.
Essas discrepâncias são vistas em dados do Instituto Trata Brasil: em 2022, o Brasil investiu R$ 111 por habitante em saneamento, mas precisa de R$ 231 por ano. No Acre, o investimento foi de apenas R$ 3 por habitante.
A presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, explica: “Muitas companhias estatais chegaram à conclusão de que não tinham capacidade econômica-financeira para alavancar o volume de investimentos necessários e foram buscar parcerias no setor privado. O saneamento vive uma nova era, com uma visão de que é ativo crítico. Conseguiu caminhar bem com investimentos, mesmo em regiões mais remotas, mais carentes. Mas algumas localidades ainda não entenderam o que deve ser priorizado”.
Os números da cadeia produtiva
Os investimentos no setor de saneamento também devem se refletir em movimentos para toda a cadeia de utilities. Segundo o estudo da Roland Berger, a cadeia do setor movimentou entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões em 2024, valor que deve subir para a faixa de R$ 38 bilhões a R$ 48 bilhões, neste ano, e para entre R$ 45 bilhões e R$ 55 bilhões, em 2030.
Dessa forma, em torno de R$ 150 bilhões serão gastos nesse período entre 2024 e 2030. Grande parte desse valor envolverá custos de operação e serviços (28% a 38%), de construção (20% a 30%) e com energia elétrica (15% a 25%).
A Aegea arrematou os três blocos das concessões regionalizadas dos serviços de água e esgotamento do Estado do Pará leiloadas na sede da B2, a Bolsa de Valores de São Paulo. As outorgas somam cerca de R$ 1,3 bilhão, enquanto a previsão é de R$ 15,2 bilhões em investimentos ao longo de 40 anos de contrato. A companhia, que já atua no Estado de forma pontual, passa a ficar responsável pela operação em 99 dos 144 municípios paraenses.
A Aegea não enfrentou concorrência apenas no bloco A, o último a ser leiloado e responsável pelas maiores cifras da disputa. A companhia saiu vencedora com a proposta única de R$ 1,1 bilhão, ágio de 12% em relação ao valor mínimo estipulado em edital, abaixo da diferença registrada nos outros blocos.
O lote A é, dos três, o que engloba maior número de moradores: um total de 2,4 milhões de habitantes em 26 municípios. Isso se reflete nos valores do projeto. O bloco possui a maior outorga do leilão, R$ 1,1 bilhão, assim como a maior previsão de investimentos, R$ 6,2 bilhões.
Entre as cidades do lote, estão a capital Belém e cidades da região metropolitana. A lista inclui municípios como Ananindeua, Castanhal, Marituba, Breves, Santa Izabel do Pará, Benevides, Portel e Muaná.
Na foto, uma das unidades de tratamento de esgoto do Pará.
Os lotes B e D
O primeiro lote a ser leiloado foi o B. A Aegea ofertou, para ele, outorga fixa de R$ 140,9 milhões, ágio de 650% em relação ao valor mínimo R$ 18,70 milhões estipulado em edital. Com isso, desbancou a Servpred, que ofereceu outorga de R$ 30 milhões, ágio de 59,66%. O edital prevê R$ 4,6 bilhões em investimentos no lote que engloba 50 municípios paraenses, totalizando uma população de 1,021 milhão de habitantes.
A Aegea arrematou ainda a concessão do lote D com uma outorga de R$ 117,8 milhões, ágio de 250%. A Azevedo & Travassos, por meio de um fundo de infraestrutura, e o consórcio Eldorado Saneamento também participaram da disputa, com ágios de 85,3% e 43,1%, respectivamente. Entretanto, como a diferença foi maior do que 20% em relação à proposta vencedora, o leilão não foi a viva-voz.
A AELO, que defende a privatização dos serviços de saneamento básico no País, tendo comemorado cinco anos atrás, a promulgação do Marco Legal do Saneamento e, no início deste ano, a notícia da Nova Sabesp sobre suas ações para antecipar a universalização dos serviços no Estado de São Paulo de 2033 para 2029, permanece de olho em cada passo – para a frente ou para trás.
É importante levar adiante o Marco Legal, fruto de prolongada tramitação no Congresso Nacional e que o presidente da AELO, Caio Portugal, considerou um resgate à população de baixa renda, que carece de água potável encanada e de rede de coleta de esgoto.
A AELO, o Secovi-SP e o SindusCon-SP promoveram, em 30 de janeiro, seminário em que a Nova Sabesp explicou suas metas para os próximos anos no Estado de São Paulo.
A partir de um episódio ocorrido em julho de 2024, as autoridades do Estado de Roraima, no extremo norte do País, junto à fronteira com a Venezuela, têm reforçado ações para combater loteamentos irregulares, especialmente na capital, Boa Vista. O caso teve ampla repercussão na imprensa e em entidades empresariais.
Um ano atrás, a 1.ª Vara da Fazenda Pública do Estado de Roraima proibiu a Agência de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Adessco) de vender terrenos nas regiões do Jardim Satélite I, II e III, Nova Esperança e Novo Horizonte, na Zona Oeste de Boa Vista. A decisão foi consequência de ação do Ministério Público de Roraima (MP-RR).
Uma investigação do Ministério Público identificou que o loteamento Jardim Satélite I foi aprovado pela Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional de Boa Vista (Emhur) em 2018, mas a Adessco teria de fazer infraestrutura básica, o que não ocorreu.
"O loteamento foi aprovado em 2018 com a condição de que, no prazo de dois anos, a Agência realizasse a implantação da infraestrutura básica, como oferta de água, energia elétrica, iluminação pública e esgoto. Diligências da EMHUR constataram que a Adessco não cumpriu o acordado, mesmo assim, seis lotes já estavam ocupados", detalhou o Ministério Público.
Mesmo sem cumprir as exigências para o primeiro loteamento, a Agência lançou mais quatro empreendimentos sem protocolar qualquer pedido de análise de projeto aos órgãos competentes, conforme o MP-RR.
Com a determinação, a Agência ficou proibida de "comercializar lotes até que realize a regularização dos empreendimentos imobiliários". Além disso, teria de retirar todo tipo de publicidade, como outdoors, banners, publicações em redes sociais ou veiculações de propagandas referentes à venda de terrenos nestes loteamentos.
A ação civil pública contra a Adessco foi ajuizada pela promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente em fevereiro de 2024, após investigações comprovarem que os loteamentos não possuem infraestrutura básica e autorização dos órgãos competentes.
O promotor de Justiça, Luis Carlos Leitão, explicou que a Emhur fez várias intervenções nos locais, como a retirada dos marcos delimitadores de lotes, notificações, termo de embargo e multa, mas a Adessco não apresentou interesse em regularizar a situação dos loteamentos.
"Os moradores dos lotes são obrigados a conviver com o risco à saúde e até mesmo risco de vida pela falta de infraestrutura e serviços urbanos adequados, como ausência de fornecimento regular de energia pública e domiciliar, de água potável, de galeria de águas pluviais e de pavimentação das ruas, colocando na ilegalidade inúmeras edificações e habitações familiares, e deixando em situação altamente vulnerável os ocupantes e moradores dos lotes irregulares", destacou o promotor.
Na foto, o Fórum de Boa Vista.
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